Conforme nossa Política LGPD, os dados aqui tratados serão disponibilizados de acordo com a regulação dos procedimentos preliminares e contratuais, bem como com base na outorga do consentimento. Você deverá concordar com os termos da presente aplicação, estando plenamente ciente da criticidade dos dados aqui envolvidos, bem como quais são as suas responsabilidades na qualidade de cliente titular.
Veja a seguir algumas informações relevantes para a sua empresa.

Entenda de onde governo quer obter receitas para zerar déficit em 2024


O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, apresentado na última quinta-feira (31/8), trouxe meta de déficit fiscal zero. “A meta de esforço fiscal estabelecida para 2024 é a de zerar o déficit primário, com possibilidade de variação dentro de um intervalo de tolerância pré-estabelecido pelo Regime Fiscal Sustentável”, diz a mensagem presidencial encaminhada ao Congresso.

O ano de 2024 será o primeiro ano de implementação do Regime Fiscal Sustentável, também chamado de novo Arcabouço ou Marco Fiscal.

Nos últimos dias, petistas e ministros da área política passaram a questionar a meta de déficit zero, considerada ambiciosa demais. O grupo defendeu um déficit para o próximo ano de algo entre 0,5% e 0,75% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar do “fogo amigo” direcionado à equipe econômica do governo, venceu a tese de déficit zero no próximo ano.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o governo precisa de R$ 168 bilhões de receitas brutas adicionais para atingir a meta de zerar o déficit primário no próximo ano.

Para tanto, o governo listou uma série de medidas já asseguradas (seja por via legislativa ou como resultado de decisões judiciais) e outras ainda em tramitação no Congresso – na forma de medida provisória (MP) ou de projeto de lei (PL).

Vejas quais são (por ordem decrescente de expectativa de arrecadação):

 

1. Recuperação de créditos no Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf)

Expectativa de arrecadação: R$ 97,8 bilhões


Recém aprovado pelo Senado e remetido à sanção presidencial, na prática, o projeto que retoma o voto de qualidade do governo permite que os conselheiros representantes da Fazenda Nacional, que presidem as turmas e câmaras do Carf, possam desempatar as votações a favor da União em litígios tributários.

Desde 2020, sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), a legislação estabelecia que, em caso de empate, os contribuintes fossem beneficiados.

 

2. Regulamentação da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) referente à cobrança de IRPJ e CSLL sobre ICMS

Expectativa de arrecadação: R$ 35,3 bilhões


O governo enviou uma MP ao Congresso para regulamentar a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) relativa ao crédito presumido da subvenção de ICMS na base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

A medida provisória entra em vigor imediatamente, mas só irá produzir efeitos somente a partir de 1º de janeiro de 2024.

O texto estipula regras sobre habilitação da pessoa jurídica para ser beneficiária do crédito fiscal de subvenção para investimento, apuração e utilização do crédito fiscal.

 

3. Taxação de fundos exclusivos, conhecidos como fundos dos “super-ricos”

Expectativa de arrecadação: R$ 13,3 bilhões


A medida estabelece uma cobrança de 15% a 20% sobre rendimentos de fundos exclusivos (ou fechados). O texto também prevê que a cobrança seja realizada duas vezes ao ano (“come-cotas”), diferentemente do que ocorre atualmente, em que a tributação é realizada apenas no resgate.

Será tributado com alíquota de 10% quem optar por iniciar a arrecadação em 2023. A previsão do governo é de arrecadar R$ 24 bilhões entre 2023 e 2026.

Os fundos exclusivos representam aqueles em que há um único cotista. São exigidos o investimento mínimo de R$ 10 milhões, com custo de manutenção de até R$ 150 mil por ano. O governo federal estima que atualmente existam 2,5 mil brasileiros com recursos aplicados nesses fundos, que acumulam R$ 756,8 bilhões e respondem por 12,3% dos fundos no País.

A medida tem força de lei e vigência imediata de 6⁠0 dias, podendo ser prorrogada por mais 60 enquanto não é votada pelo Congresso Nacional. Após sua aprovação, se forem feitas alterações, o texto volta para sanção presidencial.

 

4. Fim da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio (JCP)

Expectativa de arrecadação: R$ 10,4 bilhões


O governo vê a dedutibilidade (possibilidade de abatimento nos tributos devidos) dos JCP como uma distorção que resulta em piora da progressividade da tributação direta no país, com efeitos deletérios sobre a desigualdade de renda.

 

Fonte: Metrópoles