Conforme nossa Política LGPD, os dados aqui tratados serão disponibilizados de acordo com a regulação dos procedimentos preliminares e contratuais, bem como com base na outorga do consentimento. Você deverá concordar com os termos da presente aplicação, estando plenamente ciente da criticidade dos dados aqui envolvidos, bem como quais são as suas responsabilidades na qualidade de cliente titular.
Veja a seguir algumas informações relevantes para a sua empresa.

Diferenciais Estratégicos | Empresas duradouras são aquelas que reaprendem


Ao analisar a importância de Descartes para a filosofia moderna, o filósofo inglês Roger Scruton, destacou o empenho do pensador seiscentista na elaboração de uma fórmula que permitisse a sustentação segura de uma verdade e que ela pudesse ser auto verificável. O resultado desse estudo foi a máxima Cogito ergo sum, a famosa "Penso, logo existo".

Descartes estava determinado a dar uma resposta segura a uma sentença que o perseguia, expressa mais ou menos assim: "Só posso ter certeza daquilo que não posso duvidar". Scruton explica que a máxima alcançou de fato o objetivo almejado. Tanto é que nem mesmo seus contestadores conseguiram negá-la. Até aqueles que se negavam a aceitar o "penso" eram obrigados a pensar, confirmando a premissa original.

O austríaco Peter Drucker, contemporâneo considerado pelos executivos como o mestre dos mestres em gestão empresarial, lançava mão de uma máxima perturbadora, também auto verificável, que pode ser entendida como a força motriz de todas as suas teses sobre a sobrevivência das empresas: O sucesso de ontem não garante o sucesso de amanhã.

Ao contrário de Descartes, ele não convidava nenhum empresário para desafiar tal evidência sob o risco de virar cinzas.

Fica explícito em Drucker que sua filosofia bebeu em fontes cartesianas e seguiu pelos desdobramentos do pensamento moderno, já que uma empresa que não pensa corre o risco de não existir, ou ter vida tão breve exatamente por se negar a pensar. Seria como se ela apostasse que o sucesso de hoje fosse a garantia do amanhã. Ou melhor, que seu nascimento fosse a garantia de sua existência. Como Descartes, o filósofo austríaco não admitia o "sum" separado do "cogito".

A relação entre ambos para aqui, ou não. O fato é que com base em sua premissa, Drucker estruturou um universo corporativo que se desenvolve como um organismo vivo, integrado a um grande sistema. Toda empresa nasce para atender a uma demanda real ou criada e precisa cumprir com seu objetivo da melhor forma possível, respeitando sempre as orientações da sociedade. Ao desenhar o processo de trabalho interno, dividido em setores, o gestor não pode jamais desligar essa linha dos canais externos, que garantem oxigênio à empresa.

Porque a demanda evolui, como consequência dos avanços tecnológicos e das necessidades humanas. O mundo, pelo bem ou pelo mal, pensa e se transforma. As crises, como esta que estamos enfrentando, são avassaladoras. A empresa que não estiver em sintonia com o todo, em especial com as exigências dos seus consumidores e fornecedores, vai aos poucos perdendo a vitalidade até ser eliminado da grande máquina como uma peça desnecessária ou que precisa ser substituída. Muitas vezes essa peça já foi substituída pela concorrência e seus responsáveis sequer perceberam isso.

Mudando o enfoque, para efeito de comparação, podemos usar a fábula do sapo vivo que foi colocado na panela quando a água ainda estava fria. A água foi esquentando e o animal, ao invés de perceber o perigo e reagir, achou tudo muito normal. Seu corpo foi se ajustando à alta temperatura até que morreu cozido. As empresas, ao se ajustarem a uma determinada condição, sem perceberem o ambiente externo, podem estar na situação do sapo e acabar esturricadas até à morte.

Para superar armadilhas dessa natureza, os sensores da empresa precisam estar alinhados ao tempo presente, vislumbrando o futuro. Quem dá a medida de sua eficiência é o mercado, que exige sempre os melhores serviços e produtos pelos melhores preços ou custo/benefício. O gestor, nessa engenharia, precisa ter o ferramental para orquestrar sua equipe e tirar dela o melhor. Precisa estar sempre atento ao processo produtivo para evitar perdas de qualquer natureza. Precisa acompanhar a evolução tecnológica e forçar sempre para o ponto de equilíbrio entre a inovação e o que dita o mercado.

No Brasil não há outro caminho que leve a essa condição se não transformar a empresa em uma escola.

Sim. Gestores e colaboradores devem dialogar permanentemente com todos os dados possíveis em mãos emitidos pelos indicadores e analisarem os resultados.

Precisam estar atentos a todos os problemas internos que possam significar descompassos e corrigi-los. Os ajustes possíveis devem se dar em tempo real. Estamos falando do trabalho coletivo de pensar a empresa para que ela continue a existir. Do trabalho de pensar a empresa para que o sucesso de hoje perdure e se renove, garantindo sua sobrevivência no amanhã.